Acervo pessoal

Foram 88 dias de internação, 85 deles na Unidade Coronariana (UCO), uma batalha pela vida que mobilizou profissionais, familiares e uma corrente de fé. A história de Ângelo Pizão Gonzalez, 14 anos, é um testemunho de superação e da excelência no cuidado prestado pelo Hospital Samaritano Campinas, que não mediu esforços para garantir a recuperação do adolescente em um dos casos mais desafiadores de infecção pulmonar já atendidos pela instituição.

Na madrugada do dia 30 de outubro de 2024, Ângelo acordou com febre alta e dor no peito – sintomas inesperados para um menino saudável, que havia tido um dia normal com escola, atividade física e compromissos de rotina. Em poucas horas, o quadro se agravou drasticamente, levando a família a buscar atendimento médico.

“Foi tudo muito rápido. Em menos de 24 horas meu filho foi de uma febre em casa para uma intubação no Hospital”, relembra a mãe, Lilian Pizão Gonzalez.

Corrida contra o tempo

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Lilian contou que, desde a chegada ao Hospital Samaritano Campinas, a condução do caso foi marcada pela agilidade e precisão da equipe. O enfermeiro Wesley, responsável pela triagem, identificou a gravidade do quadro e prontamente encaminhou Ângelo para atendimento emergencial. O menino foi acolhido pela médica Dra. Manuela e por uma equipe atenta, que não poupou esforços para estabilizar o quadro.

Na mesma noite, Ângelo foi intubado e transferido para a UTI adulto, onde ficou sob os cuidados do Dr. Wagner, profissional lembrado com carinho pela mãe. “Ele foi de uma humanidade ímpar. Nos acolheu, nos explicou, nos respeitou e cuidou do meu filho com o coração.”

No dia seguinte, a situação se agravou ainda mais, e Ângelo foi encaminhado para a UCO, onde precisou ser submetido à ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) – uma técnica de suporte vital utilizada em casos gravíssimos de insuficiência respiratória. Ela funciona como um pulmão e como um coração artificial.

“Eu nunca tinha ouvido falar em ECMO. Mas, quando conhecemos o Dr. Fernando Antoniali, acreditamos nele. Depositamos ali todas as nossas esperanças. Meu filho viveu porque ele acreditou e lutou por ele”, conta Lilian.

O papel decisivo da transferência para a UCO também foi destacado pelo Dr. Andrzej Wolski, chefe da UTI e diretor técnico do Hospital Samaritano Campinas, que acompanhou a internação.

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“Recebemos o Ângelo com uma infecção viral severa e uma pneumonia muito grave, que logo evoluiu para a necessidade de intubação. A situação era dramática, mas desde o início sabíamos que lutaríamos com todas as nossas forças. Vimos a força dele e a confiança dos pais na nossa equipe, o que nos motivou ainda mais. A decisão de transferi-lo para a UCO, aos cuidados da equipe do Dr. Hugo Bertipaglia e do Dr. Fernando Antoniali, que são superespecializados em cuidados de ECMO, foi tomada com todo o cuidado e cada vitória dele era celebrada por todos nós. E, com toda a dedicação e competência das equipes, tivemos sucesso. Os pais foram brilhantes em todo o processo e confiaram bastante em nossos serviços.”

Batalha pela vida

A rotina na UCO era marcada por pequenos avanços diários, que se tornavam grandes conquistas para a família. “Aprendemos que os ganhos parecem pequenos, mas são grandiosos. Manhãs boas, tardes tensas. Mas, sempre há um novo dia, um renovar de esperança.”

Durante toda a internação, os pais (Lilian e Carlos Gonzalez) permaneceram ao lado do filho, fortalecidos pela fé e pela confiança na equipe. “Eu como mãe nunca pensei que meu filho não fosse resistir. Minha certeza de que ele venceria era absoluta!”

A UCO tornou-se uma verdadeira extensão da família. Profissionais como o Dr. Hugo, conhecido por suas metáforas para explicar o quadro clínico, e uma equipe incansável de técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e assistentes sociais marcaram a vida da família Gonzalez para sempre.

“Ganhamos filhos, filhas, irmãos, amigos e amigas para uma vida toda. Eles nos ajudaram a tornar leve uma rotina densa”, descreveu Lilian.

Renascimento

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No dia 26 de janeiro de 2025, após quase três meses de internação, Ângelo recebeu alta para continuar a recuperação em casa. Ele já completou mais de um mês em casa, retomando aos poucos a rotina com acompanhamento de fisioterapia respiratória e motora. “Estamos reaprendendo a viver, um dia de cada vez. Ou melhor, uma hora de cada vez”, conta a mãe.

Mesmo com a fragilidade do processo de recuperação, Ângelo é símbolo de esperança e gratidão. No dia 29 de dezembro, enquanto ainda estava internado, completou 14 anos – uma data celebrada com festa organizada pela equipe, que transformou o momento em um marco da vitória da vida.

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A família Gonzalez nunca esquecerá o que viveu no Hospital Samaritano Campinas. Da recepção aos profissionais da limpeza, nutrição, enfermagem, fisioterapia e equipe médica, todos deixaram suas marcas na história de Ângelo. “Nossa felicidade de hoje foi resgatada por vocês! Exercer uma profissão com a alma faz toda a diferença. E fez toda diferença em nossas vidas.”

O caso do garoto Ângelo mostra o compromisso do Hospital Samaritano Campinas com a vida, a humanização e a excelência em cuidados intensivos. Uma história que emociona, inspira e enaltece cada profissional que veste a camisa do cuidado todos os dias.

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